Arquivos da categoria: Poesia para os pequenos

Fraternurando…

Wolfgang Amadeus Mozart nasceu em 1756, século XVIII, em Salzburg, na Áustria e compôs, inspirado em uma canção infantil francesa chamada “Ah! Vous dirai-je, Maman” (“Ah! Vou te contar, mamãe.”), as “Doze variações para piano”. Essa melodia ganhou letras pelo mundo. Letras mesmo: canta-se utilizando o abecedário em diversos idiomas. Mas também ganhou luzes celestiais: virou estrelinha que brilha. E brilha até hoje, século XXI, em muitos lugares do mundo, especialmente dentro das casas onde vêm à luz novas irmãzinhas, como a Jennifer acalentando seu irmão Gustavo, novo brasileirinho, entoando a versão que trouxe no coração, desde pequenina, do Japão onde nasceu…

Experiência de poesia: ALEGRIA

Rita, assessora da Educação Infantil Ambiental, da Secretaria Municipal de Educação de Novo Hamburgo (RS), é mãe do Francisco, que está com 3 anos. Ela foi uma das organizadoras do Congresso da Organização Mundial para a Educação Pré-Escolar (OMEP), em abril/2016, na sua cidade. Enviou-me, de presente amigo, a gravação da declamação poética a duas vozes, mãe e filho pequeno, que foi providenciada como homenagem a Manoel de Barros no evento. Torno público seu depoimento narrando a experiência da declamação conjunta e a gravação feita. Como diria o próprio Manoel: “Exercícios de ser criança”. Ou, sob efeito inspirador da experiência calorosa com a palavra: a alegria de fazer poesia!

Escreveu-me ela:

Iríamos homenagear Manoel de Barros no Congresso da OMEP. Como ele fala tão lindamente da infância queríamos que as crianças “dialogassem” com ele. Assim pensamos nas gravações.

Com Francisco, o processo foi assim: apesar de lermos histórias diariamente, eu ainda não tinha lido Manoel de Barros para ele. Então, escolhi um texto menor, mais simples, com palavras mais fáceis. Achei que ele compreenderia melhor. Escolhi este:

“Meu casaco é da cor do sol. Uma andorinha queria trocar o casaco dela comigo; mas o casaco da andorinha era cinzento. Ela pensa que eu sou maluco?”

Francisco adorou, mas, na hora de gravar, ele achava a última frase tão engraçada que ria muito e NUNCA conseguia falá-la, de tanto rir.  Eu disse a uma colega de trabalho que não estava conseguindo finalizar a gravação na voz dele, por essa razão. Então, ela sugeriu criarmos um ambiente brincante e tentarmos a gravação de outro texto: “Caramujos”. Arrumamos papéis, lápis de cor, canetinhas, tesouras. Fomos lendo, conversando, desenhando… e gravando.

E, novamente, ele não queria dizer a última frase!!! Risos.

Depois de algumas tentativas, decidimos que faríamos uma montagem intercalando a minha voz e a dele, então li o texto inteiro, de vez. Na última frase, ele se manifesta alegremente: ela cabe aqui também!!! E foi aquela alegria!!!

Foi mais ou menos assim…

Em nome da equipe de psicólogas Primeiro Movimento: Obrigada Francisco, obrigada Rita.

Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado