Arquivos mensais: maio 2018

Canção de ninar brasileira: Aproximações – Lançamento

De tese a livro

S1260072
Adélia Bezerra de Meneses com Silvia.

O livro “Canção de Ninar Brasileira: Aproximações” é fruto da pesquisa de doutorado de Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado, sob orientação da professora Adélia Bezerra de Meneses, para o Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da FFLCH, USP. Na defesa, em 2012, a tese recebeu recomendação de publicação. Sob os cuidados editoriais da Editora da Universidade deo Paulo, este livro vem agora a público, acompanhado de um CD com 24 canções inéditas, recolhidas em pesquisa de campo e pesquisa fonográfica, mixadas e masterizadas por João Milliet.

S1260097
Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado

O lançamento ocorreu no dia 22/03/18, na livraria João Alexandre Barbosa, no Complexo Brasiliana, Cidade Universitária. O evento foi aberto com uma roda de canção de ninar, com participação dos músicos Suzana Salles, Ivan Vilela, Lucilene Silva, João Milliet, Gabriel Milliet e Thar.

Confira a gravação das apresentações musicais durante o evento:

O livro

Com prefácio da filósofa e professora Olgária Chain Féres Matos, o livro apresenta uma visão interdisciplinar da canção de ninar brasileira, aproximando o leitor de diversas facetas deste objeto cultural: traços poéticos, musicais, psicológicos, sociológicos que foram se desvelando a partir do estudo literário das canções.

O livro foi estruturado em três partes, intituladas por figuras significativas da cultura tradicional da infância no Brasil: “O Boi”, “A Coruja”, “O Sapo”. O surgimento delas como núcleos reunidores de reflexões, na arquitetura do livro, resultou do próprio processo de pesquisa em que a escuta atenta, a análise e interpretação de canções de ninar da tradição oral brasileira e de acalantos compostos por artistas brasileiros foram abrindo caminhos para o conhecimento deste gênero poético-musical.

“O Boi”, que desencadeou principalmente temas sociológicos, baseou-se nas canções: “Boi da Cara Preta”, da tradição oral, e em “Acalanto”, de Dorival Caymmi. “A Coruja”, que proporcionou a identificação do ‘hum’, som nasal, como unidade estética do acalanto, baseou-se nas canções: “Murucututu” (tradição oral) e em “Tudo tudo tudo”, de Caetano Veloso. E, “O Sapo”, que suscitou temas psicológicos, da melancolia, da monotonia, do efeito hipnótico, da ação “termodinâmica” das canções, baseou-se em “Sapo Cururu” (tradição oral) e em duas composições autorais: “Acalanto para Helena”, de Chico Buarque e em “O filho que eu quero ter”, de Vinícius de Moraes. Além destas, há canções de compositores contemporâneos e outras colhidas em pesquisa de campo, nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, que dão corpo e ajudam a caracterizar este gênero poético-musical e mostrar sua importância como um dos primeiros objetos de arte a que o ser humano é exposto.

A autora

Silvia De Ambrosis Pinheiro Machado é graduada em Psicologia e, além de psicoterapeuta, criou e desenvolveu, desde 1985, o atendimento psicológico às famílias de crianças recém-nascidas, como uma ação de psicoprofilaxia da infância. O desenvolvimento de uma Psicologia brasileira preventiva, comprometida com ações vinculadas mais ao “cuidar” do que ao “tratar”, sempre esteve em seu horizonte profissional, impulsionando ações e reflexões de “pueri-cultura”, ou seja, cultura da e para a infância inicial. Assim, o início do percurso que culminou nesta obra encontra-se em uma intenção ampla e anterior a ela.

Previous Image
Next Image

info heading

info content